quarta-feira, 25 de junho de 2014

AS CINCO SOLAS A Bíblia para os católicos romanos. Parte 2 servus Dei

AS CINCO SOLAS
A Bíblia para os católicos romanos.
Parte 2
servus Dei
11/06/2014

Hoje muitos católicos romanos afirmam que a Igreja Católica Apostólica Romana nunca proibiu a leitura da Bíblia Sagrada, porem não é verdade.
Não era de interesse da Hierarquia que os ensinamentos bíblicos fossem difundidos e sim a Tradição, Doutrinas e Ensinamentos da Igreja Católica, do Papa e Bispo de Roma, tanto para as Elites como para o povo miserável que pululavam pela Europa.
Para a Igreja de Roma, agora ramificada na Europa, “não era interessante que o povo lesse a Bíblia, simplesmente, porque mesmo uma singela leitura da Bíblia iria colocar em relevo a falsidade doutrinária do catolicismo romano com seus dogmas cada vez mais anti e extrabíblicos”.
“A solução então era não traduzir a Bíblia para o vernáculo do povo, mantendo-a trancafiada em latim, monopolizada por uns poucos padres agraciados que falavam essa língua”.
“Durante séculos foi um pecado mortal possuir e ler a Bíblia no próprio idioma nativo da pessoa”.
Imperadores, Reis, Príncipes, Abades, Priores, Bispos, Senhores Feudais, comungavam com esta postura, já que seus Poderes estavam vinculados  diretamente do Poder da Igreja de Roma.
A Igreja de Roma considerava que as Heresias se baseavam em traduções e interpretações das Sagradas Escrituras, da Bíblia, por isso elas não eram autorizadas pela Igreja.
Foi Gregório VII – nascido Hildebrando- um Papa terrível que pontificou de 30 de junho de 1073 ate 25 de Maio de 1085, foi quem proibiu a leitura da Bíblia pela primeira vez.
Em finais do século XIII, o Papa Inocêncio III – nascido Lottario dei Conti di Segni - escreveu ao Bispo de Metz que a leitura da Bíblia  era perigosa para os simples e incultos.
“Essa peste (a Bíblia) assumiu tal extensão, que algumas pessoas indicaram sacerdotes por si próprios, e mesmo alguns evangélicos que distorcem e destruíram a verdade do evangelho e fizeram um evangelho para seus próprios propósitos... elas sabem que a pregação e explanação da Bíblia são absolutamente proibidas aos membros leigos” (“Acts of Inquisition, Philip Van Limborch, History of the Inquisition”, cap. 08)
Seguiram-se proibições estipuladas nos  Concílios :
1-      Toulouse, aportuguesado para Tolosa,  França, em 1229, “ no escopo de suprimir a Heresia Cátara foi terminantemente proibido  o uso da Bíblia pelos leigos”. A Heresia Catara ou catarismo foi um movimento cristão de ascetismo extremo na Europa Ocidental entre os anos de 1100 e 1200. “As principais manifestações do catarismo centralizavam-se na cidade de Albi, motivo pelo qual seus adeptos também receberam o nome de "albigenses".
“Proibimos ainda que seja permitido aos leigos possuir os livros do Velho e Novo Testamento, êxito o Saltério, ou o Breviário para dizer o Ofício divino, ou as Horas da Bem-aventurada Virgem a quem as desejar ter por devoção; porém proibimos estritamente que esses livros sejam em língua vulgar” (Concílio de Tolosa, 1229, cap. 14)
2-       Tarragona, Espanha, 1233;
3-       Oxford, Inglaterra, 1408;
4-      Mogúncia, Alemanha, 1485;
5-      Constança , Suíça, duração de 1414 ate 1418 ,  John Wycliffe (ou Wycliffe) , que em sua condenação por decreto (expedido em 4 de maio de 1415)  como Herético ou herege foi chamado pelas autoridades da Igreja de Roma de   “aquele pestilento , canalha, miserável  que inventou uma nova tradução das Escrituras na sua língua materna” por ter traduzido a Bíblia para o inglês. A famosa  Bíblia de Wycliffe, como passou a ser conhecida, foi amplamente distribuída por toda a Inglaterra.
O Papa Gregório IX, nascido Ugolino di Anagni , que pontificou de 1227 ate 1241, decretou:
Proibimos os leigos de possuírem o Velho e o Novo Testamento... Proibimos ainda mais severamente que estes livros sejam possuídos no vernáculo popular. As casas, os mais humildes lugares de esconderijo, e mesmo os retiros subterrâneos de homens condenados por possuírem as Escrituras devem ser inteiramente destruídos. Tais homens devem ser perseguidos e caçados nas florestas e cavernas, e qualquer que os abrigar será severamente punido” (Concil. Tolosanum, Papa Gregório IX, Anno Chr. 1229, Canons 14:2)
O Romano Pontífice Pio VII, nascido Luigi Giorgio Barnaba Chiaramonti , Papa de 14 de Março de 1800 até 20 de Agosto de 1823, inimigo figadal de Napoleão Bonaparte, que por este General Vencedor   foi levado a Paris para assistir a Coroação Imperial  em 2 de dezembro de 1804 , na Catedral de Notre-Dame de Paris, que por este Imperador dos Franceses  foi aprisionado em Savona e depois em Fontainebleau, só podendo regressar a Roma em 1814, já que  os Estados Papais foram restaurados pelo Congresso de Viena, era absolutamente contrario a leitura da Bíblia traduzida na língua nacional de cada país por parte do povo em geral.
Em sua carta “Magno et Acerbo”, de 3 de setembro de 1816, Pio VII quando consultado sobre as Sociedades Bíblicas de Londres e de São Petersburgo, Império Russo, atacou violentamente as traduções vernáculas da Bíblia, como esta abaixo:
"Fomos superados com grande tristeza e amargo quando soubemos que um plano pernicioso, de modo algum o primeiro, havia sido realizada, em que os livros mais sagrados da Bíblia estão sendo espalhados por toda parte, em toda a língua vernácula, com novas interpretações contrárias com as regras saudáveis da Igreja, e são habilmente transformado em um sentido distorcido. Pois, a partir de uma das versões deste tipo já apresentado a nós percebemos que esse perigo existe contra a santidade da doutrina mais pura, de modo que o poder fiel beber facilmente um veneno mortal daquelas fontes de onde eles devem drenar "águas de economia de sabedoria" [Ecclus. 15:03] ....
Leão XII, nascido Conde Annibale Francesco Clemente Melchiore Girolamo Nicola della Genga, que pontificou  de 28 de setembro de 1823 ate 10 de Fevereiro de 1829, falou :
“Não se vos oculta, Veneráveis Irmãos, que certa Sociedade vulgarmente chamada bíblica percorre audazmente todo o orbe e, desprezadas as tradições dos santos Padres, contra o conhecidíssimo decreto do Concílio Tridentino [v. 786], juntando para isso as suas forças e todos os meios, tenta que os Sagrados Livros se vertam, ou melhor, se pervertam nas línguas vulgares de todas as nações” (Leão XII, Encíclica Ubi primum de 5 de Maio de 1824).
O Pio IX, nascido Giovanni Maria Mastai-Ferretti, que pontificou de 16 de Junho de 1846 ate 7 de Fevereiro de 1878, ou seja,  31 anos, sete meses e 17 dias,  declarou  que “a leitura da Bíblia é um veneno!”  e mais:
1-      “A propagação da Bíblia é uma peste!” (Sillabus, 8-12-1864)
2-      E em sua Encíclica “Quanta Cura”, ele declarou que as sociedades bíblicas eram pestes que deveriam ser destruídas por todos os meios possíveis: “Socialismo, comunismo, sociedades clandestinas, sociedades bíblicas... pestes estas devem ser destruídas através de todos os meios possíveis” (Papa Pio IX, em sua Encíclica “Quanta Cura”, Título IV, 8 de Dezembro de 1866);
"Nas regras que foram aprovadas pelos Padres designados pelo Concílio Tridentino, aprovadas por Pio IV e antepostas ao Índice dos livros proibidos, lê-se por sanção geral que não se deve permitir a leitura da Bíblia publicada em língua vulgar” (Pio IX, Encíclica Inter praecipuas, 16 de Maio de 1844).
Pio IX, também, “enviou ao mundo” a Encíclica Quanta Cura (XXVII Encíclica deste  Papa ) em 8 de dezembro de1864, mas não satisfeito anexou a ela o Syllabus errorum, ( tradução livre o “Sílabo dos Erros de Nossa Época”), um “documento contém oitenta pontos, ou opiniões consideradas erradas pela autoridade da Igreja ”que  condenava as ideologias do panteísmo, naturalismo, racionalismo, indiferentismo, socialismo, comunismo, franco-maçonaria, Igrejas dadas como Cristãs a tentar explicar a bíblia ( no caso os protestantes) e vários outras formas de liberalismo religioso tidos por incompatíveis com a religião católica. ( grifo meu).
“Pio IX aboliu leis que forçavam os judeus a viver em áreas específicas, os impediam de praticar certas profissões, e os obrigavam a ouvir sermões quatro vezes por ano em tentativas de conversão. O Judaísmo e o Catolicismo eram as únicas religiões permitidas por lei (o Protestantismo era permitido aos estrangeiros mas não autorizado a italianos). Mesmo assim, o testemunho de um judeu em tribunal contra um cristão era inadmissível aos olhos da lei”.
Esse Papa “Em 29 de junho de 1869 publicou a Bula Aeterni Patris com a qual convocou o Concílio Vaticano I, cuja cerimônia de abertura contou com a presença de setecentos bispos no dia 8 de dezembro de 1869. Na quarta sessão solene do concílio, em 18 de julho de 1870, a Infalibilidade Papal foi declarada um Dogma de fé”.
Não preciso dizer mais nada sobre esse 255º Papa e Bispo de Roma, pois não???
Papa Leão XIII , nascido Vincenzo Gioacchino Raffaele Luigi Pecci , foi o 256 º Papa da Igreja Católica e Bispo de Roma, cardeal Giuseppe Pecci e Conde Giovanni Battista Pecci, ‘enviou ao mundo’ a Encíclica Providentissimus Deus que “ pela primeira vez aborda as questões da Bíblia e estudos bíblicos e exegética”.
Reconhece o Papa Leão XIII que:
1-      A Escritura é divinamente inspirada;
2-      A integridade dos livros sagrados;
3-      Escritura esta ligada a pregação;
4-      As antigas escolas da Sagrada Escritura devem ser reativadas;
5-      A Escritura esta diretamente ligada a Teologia, pois é a alma desta.
O Papa Leão XIII põe ordem nos Estudos Bíblicos analisando os opositores a eles e os erros cometidos pela Igreja Católica e como deve ser a seleção de professores, a investigação e interpretação bíblica,
Defendendo os estudos bíblicos o Papa Leão XIII conclama os católicos ao “engajamento na leitura da Bíblia e na divulgação das Escrituras Sagradas” e dando-lhes uma benção especial o Romano Pontífice termina sua Encíclica.
Papa Bento XV, nascido Giacomo Paolo Giovanni Battista della Chiesa, 258 º Bispo de Roma e Papa da Igreja Católica, de  famílias aristocratas de Genova e Nápoles a serviço  da Igreja, morreu de pneumonia.
Apesar de “ser contra os sionistas e seus projetos em relação a Palestina “, ou seja, um Estado Judaico na Terra Santa, ‘enviou ao mundo’ a Encíclica “Spiritus Paráclito”, em 15 de setembro de 1920,  que afirmava a “a inspiração divina e não sujeição a qualquer erro das Escrituras” e que é “preciso primeiro olhar para o alimento que as  Escrituras nos dá para assim alimentar a nossa vida espiritual e clarear o caminho da perfeição  em Cristo Jesus".
 Lutou pelo “restabelecimento da atividade missionária da Igreja no início do século XX” .
Em sua carta apostólica Maximum illud de 1919 , Bento XV falou claramente que era necessário “ um novo impulso às missões, com uma orientação clara para a comunicação do Evangelho” .
Por fim em  30 de setembro de 1943, num Vaticano cercado por topas nazistas, em uma Roma declarada città aperta -  Roma, Cidade Aberta – quando “comunistas e católicos unem-se para combater os alemães”, corajosamente o 260º Papa e Bispo de Roma, Venerável Pio XII ‘enviou ao mundo’ a Encíclica Divino Afflante Spiritu , que foi considerada pelo Papa Emérito  Bento XVI  no prefacio de seu livro Jesus de Nazaré a “   Encíclica que foi marco muito importante para a exegese católica  ".
Nesta Encíclica “Inspirado pelo Espírito Santo " Pio XII pede que as  novas traduções da Bíblia sejam feitas das línguas originais, em vez de a Vulgata Latina de São Jerônimo , falando claramente na Bíblia dos Hebreus, para assim ter novas traduções em língua vernacular, “de modo a chegar a um conhecimento mais profundo e mais completo do sentido dos textos sagrados. Ele afirmou que “temos de explicar o texto original, que foi escrito pelo autor  inspirado e tem mais autoridade e maior peso do que qualquer, mesmo a melhor,  tradução antiga ou moderna. Isso pode ser feito tanto mais fácil e proveitosamente se o conhecimento de línguas forem unidas a uma habilidade real na crítica literária do mesmo texto”.
“Desde então, traduções católicas da Bíblia têm sido baseados diretamente sobre os textos encontrados em manuscritos nas línguas originais, tendo em conta também as traduções antigas que parecem ser erros de transcrição desses manuscritos, embora a Vulgata Latina continue a ser a Bíblia no rito latino da Igreja Católica”.
“Segundo o Papa Bento XVI, depois das Sagradas Escrituras, o Papa Pio XII é o autor ou fonte autorizada mais citada nos documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965). Bento XVI considera que não é possível entender o Concílio Vaticano II sem levar em conta o magistério de Pio XII. (…) A herança do magistério de Pio XII foi recolhida pelo Concílio Vaticano II e proposta às gerações cristãs posteriores ”.
“Nas intervenções orais e escritas se encontram mais de mil referências ao magistério de Pio XII e o seu nome aparece mencionado em mais de duzentas notas explicativas dos documentos do Concílio, estas notas com frequência constituem autênticas partes integrantes dos textos conciliares; não só oferecem justificativas de apoio para o que afirma o texto, mas também oferecem uma chave de interpretação, disse o Papa Bento XVI no discurso que dirigiu aos participantes do congresso sobre "A herança do magistério de Pio XII e o Concílio Vaticano II", promovido pelas universidades pontifícias Gregoriana e Lateranense, no 50.º aniversário da morte de Pio XII (2008)”.
“ Como por exemplo, os conceitos e as ideias expressas na encíclica Mystici Corporis Christi, do Papa Pio XII, influenciaram fortemente a redação da constituição dogmática Lumen Gentium, que trata da natureza e da constituição da Igreja. Este documento do Concílio Vaticano II usou e defendeu o conceito de Igreja expresso nesta encíclica (a Igreja como Corpo místico de Cristo), que era baseado na teologia de São Paulo”.
“Papa Pio XII (em italiano: Pio XII, em latim: Pius PP. XII; O.P., nascido Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli; Roma, 2 de Março de 1876 — Castelgandolfo, 9 de Outubro de 1958) foi eleito Papa no dia 2 de março de 1939 até a data da sua morte. Foi o primeiro Papa Romano desde 1724 e para mim é um “ Herói da Fé”.
Enquanto isso entre os protestantes...

“As Cinco Solas sintetizam os credos teológicos básicos dos Reformadores, pilares os quais creram ser essenciais da vida e prática cristã” .

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